Macau Portuguese Consulate

Vice-Consul and Guest Residences
Macau SAR of PRC

Client:		Portuguese Consulate in Macau
Date of Project:	July 1998
Date of Completion:	 
Construction area:	700 m2
 
PROJECT TEAM
 
Architecture:	Mário Duarte Duque
		
Stability:		Fernando Botelho - EPE
		with:
		Raymond Sou - EPE
 
Hydraulic Eng.:	Fernando Botelho - EPE
 
E & M Installations: 	Henrique Costa, SE
		Engineering Services
 

Computer Model

Preâmbulo

 

Sobre o Diálogo com substâncias Arquitectónicas do Âmbito do património cultural.

Existem, sem dúvida, linguagens ou estruturas plásticas mais vocacionadas para o diálogo à escala da paisagem e com substâncias arquitectónicas antigas, que geralmente não resultam do formulário ou vocabulário urbano corrente.

Este tipo de abordagem é geralmente a abordagem a ter em conta sempre que se lida com âmbitos de intervenção em elementos patrimoniais no sentido de preservar o seu sentido. Geralmente esta análise é feita numa banda sensível onde deverá ser regulado o protagonismo da nova intervenção, sem todavia suprimir a separação das substâncias diferentes.

Desse tipo de abordagem resultam com frequência intervenções bastante niveladas e abstractas, mas também é verdade que geralmente essas intervenções são programas de equipamento público, frequentemente espaços museugráficos, e raras vezes habitação.

Surge então o dilema de encontrar neste âmbito um vocabulário plástico que ao mesmo tempo que satisfaça o sentido doméstico da sua utilização.

Por outro lado resultará certamente estranho, e se calhar mesmo anedótico, a ideia de uma 'casa' ou 'moradia' tal como ela nos surge de qualquer memória em cima de qualquer sítio notável, nesta caso a Fortaleza do Bom Parto.

Verdade também quer é isso exactamente o que lá está, e se não fosse já parte de uma memória colectiva associada a uma forte dose de pitoresco, poderia talvez merecer o algum riso.

Detectado o 'drama' passamos a descrever a proposta:

 

INTRODUÇÃO

 

Sem prejuízo da finalidade desta construção, no que se pretende com o conforto dos seus utilizadores, e por se tratar de um espaço residencial, que se tornaria de algum pode inóspito se se enveredasse por um âmbito museugráfico sobre a fortaleza de Bom Parto, procurou-se desenvolver uma estrutura que não criasse uma rotura formal em relação à fortaleza, utilizando para isso contornos e formas da mesma categoria plástica, mas todavia mais dinâmicos e soltos, como se flutuassem ou tivessem um tempo precário de existência sobre a fortaleza.

O Argonauta é uma peça proposta para animação do jardim ao mesmo tempo com a finalidade de proporcionar sombra. Será principalmente um elemento de animação da paisagem associado em espírito e em forma à ideia do 'argonauta'. Este mito surge de uma associação livre mas directa a esta fortaleza.

PARTIDO PLÁSTICO - Volumes, Proporções e Escalas

Conforme já atrás referido no âmbito da análise sobre diálogos possíveis com substâncias arquitectónicas antigas, optou-se por uma clara separação não só construtiva, mas sobretudo plástica, em relação aos elementos existentes, sem contudo criar um objecto estranho que se posasse sobre a fortaleza conferindo-lhe uma qualidade subalterna de 'plinto'.

Para isso sobrelevou-se o piso baixo para a cota NMM13.00, mantendo todavia o piso alto à cota do acesso urbano NMM15.80, possibilitando assim algum destaque visual em relação ao solo e tornar as vistas do interior mais sobranceiras aos muros da fortaleza, para que a fortaleza não resulte em clausura da habitação. Do exterior esta sobrelevação será imperceptível tendo em conta a baixa cota altimétrica da envolvente, e o recuo da construção em relação à periferia dos muros.

Por se terem localizado os espaços sociais da habitação no piso superior, com acesso de nível à ligação ao meio urbano, e estando a altura do piso superior condicionada à cota altimétrica NMM19,40, os tectos deste piso, e a extensão das suas áreas amplas, definirão a marcação horizontal do espaço e a sua extensão para a paisagem.

Para tal, todos os elementos portantes estão recuados, os bordos das coberturas são livres e os vértices dos espaços são desmaterializados em vidro. Como atributo expressivo, estas coberturas têm contornos em ângulos ligeiramente oblíquos e não se regulam por regras paralelas de direcções entre si possibilitando, em conjunto com uma ligeira inclinação de cada plano, a acentuação e o prolongamento perspéctico das peças para além da sua dimensão real. 0 resultado pretendido seria uma ocupação 'livre' sobre os muros da fortaleza por elementos laminares com uma expressão da mesma categoria plástica dos contornos da fortaleza, mas desenvolvida em elementos 'flutuantes', ocasionais e visualmente destacados do carácter singular, maciço e prene da fortaleza.

Tirando partido do efeito de 'escorço' em resultado da baixa cota altimétrica da envolvente, serão apenas as faces inferiores destes elementos flutuantes sobre a fortaleza que serão avistados em torno da fortaleza.

Sendo estas coberturas os elementos mais definidores da construção, elas serão simultaneamente o 5º alçado do edifício que se proporciona dos terraços do edifício do Hotel Bela Vista, conforme a vista perspética em anexo.

Por isso, não foi prevista qualquer ocupação na cobertura com equipamento técnico (os aparelhos de ar condicionado estão instalados verticalmente no alçado tardoz), e nem mesmo serão estas coberturas tratadas como terraço de exposição directa à intempérie.

A solução construtiva adoptada será uma laje estrutural onde será resolvida a impermeabilização, e sobre a qual serão dispostos pequenos 'plintos' onde apoiam por gravidade lajetas de betão com revestimento hidráulico em inertes minerais que lhe confiram textura e cor, sendo a recolha da água feita por infiltração nas juntas dessas lajetas. 0 resultado permite que a cobertura manifeste apenas o seu contorno como um perfeito elemento laminar, sem revelar muretes de bordo, elementos construtivos de impermeabilização ou de terraço como geralmente acontece em coberturas convencionais onde não existem requisitos especais sobre a sua exposição visual.

O prolongamento destas consolas permite o sombreamento dos envidraçados e a dupla camada construtiva da cobertura, como atrás descrito, permite o sombreamento da laje de betão e a sua ventilação por convecção uma vez que as juntas são abertas.

De um modo geral, todos os elementos da construção são laminares e portantes. Os ângulos entre elementos portantes têm a configuração de 'bumerangue' (quer isto dizer que têm lados que não são absolutamente paralelos aumentando no sentido do maior esforço) conferindo‑lhes a resistência necessária, ou mesmo acentuar expressão plástica dessa resistência, e o prolongamento visual das peças forçando a sua perspectiva.

ESTRUTURA DE COMPARTIMENTAÇÃO

Em resultado da articulação de elementos plásticos 'soltos' preconizados, os volumes estão consequentemente vocacionados para alguma independência nas suas unidades. Uma vez que o programa inclui unidades habitacionais com alguma autonomia e independência optou‑se pela total separação das habitações T1 entre si e entre a habitação T3, podendo todavia partilhar o espaço de garagem, de logradouro ajardinado e mesmo as habitações T1 beneficiar da cozinha da habitação T3 por proximidade e conveniência de percursos. Assim, todas as habitações têm ingressos exclusivos do exterior e acessos aos espaços de logradouro e total autonomia e privacidade no seu interior e em relação à sua envolvente.

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Last updated: 02 Feb 2006

 

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